quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Pela janela, na minha frente, um filho chora pela perda de sua mãe. Olhar direcionado a um lugar que ele nem mesmo vê. Inconsolado, procura entender um sentido pela vida. Percebe minha presença e olha pro lado. Me vê e pensa que não imagino o quanto se sente agora. Mas também já tive perdas e sei que tal sentimento é dos piores que existe. te tira o chão, a cabeça, nela todos os sentidos, a razão e até mesmo as forças de prosseguir. Mas o eterno dura uma fração de segundos ao mesmo tempo que o infinito cjega ao fim.
Na sala da frente, no lugar de sua poltrona, onde passava a maior parte de seu dia, uma mesa com um jarro de flores brancas a substitui.
Bela representação.
(descança em paz Otaviana)
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