quinta-feira, 29 de julho de 2010

leva

Sou o avesso dessas linhas, que de tão paralelas me causa repulsa, ânsia e desperta ainda mais a inquietação do meu ser. O estudo das formas amoldam padrões que fogem ao meu conceito. Minha matéria não toma forma. Flui. Percorre ruas sobre paralelepipedos, meio passeio, meio da rua. Um pé no chão e o outro na lua. enquanto ensaio sobre a leveza do meu ser que me faz muda(r).

quarta-feira, 28 de julho de 2010

pode entrar!

"Quero me recolher, me retirar das ocupações efêmeras. Mas ouço vozes, vozes benevolentes, passos que se aproximam e minhas portas se abrem..." Rainer Maria Rilke

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Não quero desse botão de desligar nem o descanso. Descaso com a própria sorte de fazer parar o dom de merecimento tão escasso. E a prática permite visões para além do alcance, em formas que surgem ou se aperfeiçoam aos limites do olhar. Ficamos assim acertados que não se fala mais nisso. Nosso exercício é fugir do óbvio pelo `malestar´ diante da civilização que pára com espanto à nossa existência, e os olhares de lado em repugnância à nossa felicidade incomum que faz percorrer o pensamento em jus ao dom. Escapa um riso, sem pretensões, com desejos duma linguagem muda. A nossa linguagem não tem tradução. Querer interpretar teus sinais é sentir tuas palavras caladas que me lambem o juízo e apertam a minha mente. Vamos ser a icógnita da noite, de onde a lua nos olha cheia. E pensa. Porque o ato é consequência. Consumamos o pensar à passar em claro. Numa energia doce de sentir.

sábado, 24 de julho de 2010

o vento vai dizer...

Procurando no breu a posição confortável para descançar do vento e poder sentir cada ritmo quente acelerado desse afago que te envolve de mistérios e dança com cada parte do seu corpo. E a onda bate, lambe, engole a gente que se entrega sem se vender. porque o preço que se paga só é lançado na saída. e escolher o mergulho é uma questão de tudo ou nada.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

maneira de ser

Ser silêncio para tornar-se olhares Mas se fecho os olhos ainda sinto seu toque grosseiramente calado.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A inquietação do desejo não realizado faz perder o eixo, os outros desejos, as demais palavras. Num sobressalto de perder a cabeça, se perdem os sentidos. porque de realizações erguem-se as construções. As fantasias azucrinam a realidade, tomam-te a liberdade e de repente não existe auto-suficiência. Você precisa. Como uma experiência que comprove a existÊncia de vida. Sem isso você não é nada. É preciso palpitar o coração que apanha mais do que bate. somente (a)ventura satisfaz.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ponto de vista.

Postos em pé (de guerra) a lutar por um lugar na praça de alimentação. Sento-me ao lado do casal de idosos, que sem muitos assuntos, comem em silêncio. Ou ainda, nem se olham. Sabia eu da sagrada hora a que destinaram ao almoço e ao pão nosso de cada dia, e em respeito ao corpo de cristo consumiam a graça conforme o desejo de suprir um vazio interior, em silêncio absoluto. Aquelas criaturinhas cheias de vivências, apreciadores sábio do silêncio aquém o tempo os garante posições de observadores. Havia algo a mais (ou de menos) entre eles que um pacto de silênciar a hora da refeição. Talvez estivessem exaustos de rodar no shopping, ou tivessem acabado por discutir um caso de família, a qual o tempo só os tivesse garantido um aspecto ranzinzo de ser. Mas a liberdade é azul, e da mesma cor de meus pensamentos, tão claros eram os olhos do velho que sem dizer nada, levantou-se e saiu. Para dar lugar a um novo (ponto de vista).