quarta-feira, 20 de abril de 2011

E.lá

Parecia ela atiçar o mal, não era ela, era o diabo dela. Podia até não obter o que queria, desde que o outro também não obtivesse. Falava-me das putas sem consideração pelas mães grávidas, por ela ser tão pura que não merecesse passar por isso. Inconformada, não entendia como o brilho de uma relação pudesse ser escorrido para a profundidade de algo tão ruim que não suportasse o respeito ao próximo. palavras dela. Mas se afundara, sem medo de ser (baixa).
Nossa percepção de tempo de tempo foi alterada.
Voltou aos braços da mãe, menina mimada. Criada cheia de gosto. Chora, lágrimas de crocodilo, pela maldade no mundo que só existe nos olhos de quem vê. É burra, e insiste no erro. Mas às vezes me vejo nela. Teima. Não sabe da luz que nasce dentro, onde ninguém jamais ousa tocar. Se faz de vítima, é realmente um desfecho!
Deseja desabafar o ódio que guarda dentro de si, que não suporta mais e quer contaminar quem tá do lado. Diz que não por maldade, isso não entende. É muito pura para isso. E chora, porque dói ser tão boa. Dói refletir o que é. Dói só de ser. Não se aguenta mais em si e chora. Porque enquanto derrama lágrimas perde o peso que carrega.

Galhos presos

Não sei o que a noite quer de mim. escura turva a vista, sempre. Sobre as casas ficam entradas e saídas. A noite em mim não sai, não dorme, nem descansa. Me cansa, Vou sair de novo, mas ela vai ficar pra outro entrar. Já passou o dia, os momentos e despedidas.
O nosso lar não sabe das estações, erra a árvore que nasce presa na parede e não sobe ao teto. Não sabe. Não conhece o limite. Não vê o sol passar. Se cansa de ser sempre. Nada é para sempre. e a noite tem que acabar com ela.
Enquanto registro o tempo passa rápido. Não sou capaz de escrever a noite, mas escreveria se fosse possível contar o final sem recuar dele. Porque a noite não consegue conviver com o dia? nem a casa comigo. Mas se há coisa que nunca muda, eu quero poder escolher. O outro nunca sabe da gente. só eu sei de mim. Mesmo essas palavras soltas não acompanham meu olhar. o baú tá trancado e não há nada dentro dele, quiçá em mim a ordem, um destino, um fim.
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Vez em quando volta aos braços do amor, soluça umas lágrimas e o tempo anda. Não tem fim.
Sim eu ainda sofro pela dor de nascer, de andar, de falar, de amanhecer e morrer todos os dias um pouco. Mas eu vivo dos ônibus lotados de gente e o suor cobrindo toda a pele quente, aos dias de frio na cidade, na praça vazia de domingo do descanso.
Os pais não sabem disso, se recusam e (vi)ver os filhos que andam soltos pelos cantos. sabe-se lá o que inventando por aí. Imaginação vai longe, é preciso estar por perto.