quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ainda há

Ainda há muito o que reter para não deixar se perder no tempo. Aquele que não volta e carrega consigo a vivência que dialoga com a existência. O embate entre corpo e mente como afirmação do ser. Mas me perco por ser muitas numa só e me encontro em contradição em busca do tempo que já passou. Abstraio. Porque a mente condiciona o corpo e me guia por um novo caminho, onde me vejo no outro afirmando identificações, uma possibilidade de reencontrar-me. A vida inteira nos condiciona a seguir caminhos que não se sabe ao certo onde vai dar. Me esbarrei num contratempo após ultrapassar o sinal sem dar importância. Pois minha pressa também esteve condicionada pelo meu devir, o que reflete em atitudes conscientes ou não. Não. Não penso no tempo como dinheiro. Eu tenho fome de vida, e quem tem fome tem pressa. Recuso o caminho condicionado, quero ir em busca do meu próprio caminho. E por mais que me perca, tenho a certeza de ter vivido intensamente o que escolhi. Porém minha busca vai além de uma satisfação social, é pessoal. Meu embate é entre vida e existência. O que me leva a questionar as atitudes automáticas como forma de não banalizar a vida por um simples desejo de existir. E ainda sofro por cair em questões cíclicas e não entender seu fim. Porque eu me entrego às causas sem explicações. (um dia, talvez, a gente encontre!) "Mas quem irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo coração?" Faltava uma paz pra me lembrar de respirar cada vez que eu sofresse ou me visse sufocada de encanto. Na hora que o sentimento mexe e o coração acelera, só a respiração faz manter o ritmo. As vezes é preciso respirar mais. Enquanto isso uma paz me mantém no ritmo, como se respirasse.