quarta-feira, 20 de abril de 2011

Galhos presos

Não sei o que a noite quer de mim. escura turva a vista, sempre. Sobre as casas ficam entradas e saídas. A noite em mim não sai, não dorme, nem descansa. Me cansa, Vou sair de novo, mas ela vai ficar pra outro entrar. Já passou o dia, os momentos e despedidas.
O nosso lar não sabe das estações, erra a árvore que nasce presa na parede e não sobe ao teto. Não sabe. Não conhece o limite. Não vê o sol passar. Se cansa de ser sempre. Nada é para sempre. e a noite tem que acabar com ela.
Enquanto registro o tempo passa rápido. Não sou capaz de escrever a noite, mas escreveria se fosse possível contar o final sem recuar dele. Porque a noite não consegue conviver com o dia? nem a casa comigo. Mas se há coisa que nunca muda, eu quero poder escolher. O outro nunca sabe da gente. só eu sei de mim. Mesmo essas palavras soltas não acompanham meu olhar. o baú tá trancado e não há nada dentro dele, quiçá em mim a ordem, um destino, um fim.
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Vez em quando volta aos braços do amor, soluça umas lágrimas e o tempo anda. Não tem fim.
Sim eu ainda sofro pela dor de nascer, de andar, de falar, de amanhecer e morrer todos os dias um pouco. Mas eu vivo dos ônibus lotados de gente e o suor cobrindo toda a pele quente, aos dias de frio na cidade, na praça vazia de domingo do descanso.
Os pais não sabem disso, se recusam e (vi)ver os filhos que andam soltos pelos cantos. sabe-se lá o que inventando por aí. Imaginação vai longe, é preciso estar por perto.

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