quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ponto de vista.

Postos em pé (de guerra) a lutar por um lugar na praça de alimentação. Sento-me ao lado do casal de idosos, que sem muitos assuntos, comem em silêncio. Ou ainda, nem se olham. Sabia eu da sagrada hora a que destinaram ao almoço e ao pão nosso de cada dia, e em respeito ao corpo de cristo consumiam a graça conforme o desejo de suprir um vazio interior, em silêncio absoluto. Aquelas criaturinhas cheias de vivências, apreciadores sábio do silêncio aquém o tempo os garante posições de observadores. Havia algo a mais (ou de menos) entre eles que um pacto de silênciar a hora da refeição. Talvez estivessem exaustos de rodar no shopping, ou tivessem acabado por discutir um caso de família, a qual o tempo só os tivesse garantido um aspecto ranzinzo de ser. Mas a liberdade é azul, e da mesma cor de meus pensamentos, tão claros eram os olhos do velho que sem dizer nada, levantou-se e saiu. Para dar lugar a um novo (ponto de vista).

Um comentário:

Ivisson Moraes disse...

Nossa. De todos, este talvez tenha sido o post que mais me encantou. A bela forma como você metaforiza as idéias. Sem contar que fez-me visualizar imagens da narrativa, gosto disso. Já pensou em escrever um livro? Se o fizer, gostaria muito de um exemplar. =D