quarta-feira, 11 de maio de 2011

Navegar é preciso?

Os dias em que não se viram custaram a passar até que se vissem novamente. Se corresponderam mas nada foi igual ao encontro da carne viva. Não o primeiro, aquele desaguou com a primeira chuva. Não houve comunicação. Custosa ida contra o vento a troco de (s) gosto. Ela de paz e amor, ele com o rei na barriga, não teve jeito. Foi cada um em seu copo navegar pro lado oposto.
Só nuvens.
Quando o tempo abriu já estava com ele do lado de lá onde aparece a lua mais perto toda vez que nasce. Lá a conversa se descobriu fazendo valer o dia a dia do sol poente. Pois despidos não sobra mais que a forma exata, como haveria de ser.
A vontade de tomar o outro pra sempre saciada num instante de fogo que acaba ali com a fina chuva que a telha consegue filtrar pra dentro. Qualquer toque é um choque de energia na carcaça molhada por pingos esporádicos. Poro um, poro um outro. Os corpos ainda vibram ao se saber lado a lado, pois só dentro acalma, mesmo que passe. Até que passa e ela volta com o sol sem tirar nem por. Só por ser livre, ainda que de vista.
Enquanto isso: "Ao passar, os tinha visto sentados nas salas com o olhar absorto e os braços cruzados, sentindo transcorrer um tempo inteiro, um tempo sem desbravar, porque era inútil dividí-lo em meses e anos, e os dias em horas, quando não se podia fazer nada mais que comtemplar a chuva." (Cem anos de solidão)

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